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quinta-feira, 22 de setembro de 2011

“Não sofro preconceito por ser travesti. Sofro preconceito por ser bonita”

“Não sofro preconceito por ser travesti. Sofro preconceito por ser bonita”, afirma Patrícia Araújo, a modelo de 25 anos que abalou os desfiles do “Fashion Rio”, em 2009, foi personagem da revista feminina Marie Claire e figurou em séries da “Rede Record”. Agora, ela acaba de receber o título de “Travesti mais bonita do Brasil” pelo portal “Virgula”.

Na tarde de sexta-feira, 17, era possível ver a carioca com pinta de panicat nas ruas de São Paulo. Em uma escadaria da Rua 13 de maio, vestia um maiô pink e exibia sensualmente a cintura fina, o cabelo esvoaçante e as pernas looongas – Patrícia tem 1,80m de altura! – para um fotógrafo. Isso sem falar do rosto... Delicado e marcante.

Os homens, muitos que não sabiam de seu “segredo”, se reuniam e não poupavam assobios, fotos e elogios. “Que mulher linda”, gritavam em torno da beldade. Embora o frisson em torno de personalidades trans ultrapasse 20 anos, a popularidade de Patrícia remete (inevitavelmente) à transexual Roberta Close e a travesti Thelma Lipp, figuras conhecidas dos anos 80.

“Hoje, muita gente me compara a Roberta, inclusive várias amigas dela. Falam: “vocês são diferentes fisicamente, mas tem aquela mesma coisa de chegar e parar o ambiente”, afirma Patrícia, que se inspira em Deborah Secco e Luiza Brunet. “Acho que a Deborah é a mulher fatal. Gosto do trabalho, também a conheci pessoalmente, é uma fofa”, diz.

Fazendo caras e bocas, a modelo, que se tornou travesti aos 13 anos e já venceu os concursos Miss Brasil Transex 2002, Miss T-Girl World 2004 e o Miss Universo Trans, posava para o ensaio mais ousado do site “Virgula Girl”. É a primeira travesti a figurar no Portal, que geralmente traz ex-BBBs (Maria Melilo), panicats (Jaque Khury, Aryane), e outras assistentes de palco.



Reconhecida pela beleza, Patrícia diz sente na pele o preconceito. “O preconceito está muitas vezes associado à inveja. É por isso que digo que sofro inveja de algumas mulheres. Às vezes estou em uma loja e uma mulher chega com o marido, dá um olhar de inveja, depois começa a rir... Querem alfinetar: ‘não é mulher, é travesti’. Mas não tenho problema com isso. Sei o que sou e sou muito bem resolvida”, afirma.

Sobre os títulos e o mais novo ensaio, ela confessa que encara como a conquista de sua feminilidade: “Nasci um menino, com corpo de menino e espírito de mulher. E hoje sou vista como uma figura totalmente feminina e admirada por isso. Não é aquela coisa de vaidade, é mais uma questão de vitória. Eu consegui, consegui meu espaço. É maravilhoso”, conta.

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